quinta-feira, 29 de agosto de 2013

É pra mais =/

Ir a uma nutricionista não foi exatamente uma resolução de ano novo, mas eu resolvi fazer isto no início do ano e, claro, só agora, final de agosto é que levei a resolução a cabo.

Eu sou do tamanho que eu sou - grande - desde os meus 18 anos e pouca coisa mudou em termos de tamanho de roupa, mesmo oscilando entre 5kg do menor ao maior peso. Só que a gente vai envelhecendo e o corpo vai se sedimentando de uma forma que vc vai engordando aos poucos, não percebe porque as roupas continuam cabendo, e a balança vai ali subindo 1kg por ano... passar dos 30 é um horror.

Além disso, na minha rotina não tem lugar pra dieta da revista, pois não acordo às seis, sete, e jamais vou jantar às oito para dormir às dez. Por isso, só uma nutricionista poderia me dizer o que comer e a que horas.

E aí fui, amei, contei pra ela tudo o que eu comia durante os meus dias e descobri que como proteína de menos. Durante a semana sou praticamente vegetariana, não tomo leite, não amo queijo, quase não como carne e esse é o meu problema. Eu estou perdendo massa muscular e deixando de perder gordura mesmo me exercitando regularmente.

(Se vc for vegan e estiver lendo esse post, antes de me encher a caçuleta, dê meia volta e xau.)

Daí ela me passou uma dieta mega mole de fazer no meu dia a dia corrido, me deu umas dicas pra ansiedade com comida (que nem sempre me ataca mas, né?), e praticamente me obrigou a comer proteína em todas as refeições, me passando até uma dose pequena, mas diária, de suplemento.

Enfim, na prática, o que tem a ver mesmo com esse blog é que talvez eu precise comprar uma grelha ou uma frigideira maior, mesmo estando proibida de fazer isso, porque vou precisar preparar carne em casa, o que eu odeio e tenho pavor porque suja tudo. Então TALVEZ precise.

Mas prometo que só vou comprar SE encontrar uma bem boa demais linda e perfeita. Quem sabe uma Le Creuset que dura a vida toda?






terça-feira, 27 de agosto de 2013

Filosofia #1

"O objetivo crucial, talvez decisivo, do consumo na sociedade de consumidores (mesmo que raras vezes declarado com tantas palavras e ainda com menos frequencia debatido em público) não é a satisfação das necessidades, desejos e vontades, mas a comodificação ou recomodificação do consumidor: elevar a condição dos consumidores à de mercadorias vendáveis. É, em última instância, por essa razão que passar no teste do consumidor é condição inegociável para a admissão na sociedade que foi remodelada à semelhança do mercado [...] Tornar-se e continuar sendo uma mercadoria vendável é o mais poderoso motivo de preocupação do consumidor, mesmo que em geral latente e quase nunca consciente." (Zigmunt Bauman)

Será que dá pra reverter?

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Nova York e o começo de tudo

Por que começar as postagens falando de um lugar que virou (pelo menos até a alta do dólar) um dos paraísos de consumo dos brasileiros?

Bem, não foi para comprar que fui pra NY. Uns 279 desejos vinham antes do de comprar na Big Apple: conhecer o Central Park, assistir a um musical na Broadway, visitar museus maravilhosos, ver o Chrysler Building, enfim, tanta coisa linda e enquanto eu agendava visto, comprava dólares e passagem, todo mundo só me falava em compras. A ponto de eu ficar meio desanimada com a viagem e me questionar se não deveria ir para a Europa, onde tudo é caro mesmo, não se compra quase nada e se passeia igual.

No meio disso tudo, começaram as economias para que eu aproveitasse para comprar lá tudo o que eu compraria aqui entre abril e julho. E daí que eu vi que não era tão duro assim não comprar, embora um ano talvez fosse um desafio difícil.

Diferente de vários blogs de mulheres que ficaram um período sem compras, minha conta bancária em momento algum esteve a perigo e eu nunca fui uma viciada em roupas. O que me motivou mesmo, além do investimento na viagem, foi a leitura de material de filosofia sobre o consumo. Meu pai comprou um livro de que me esqueci o nome, nós às vezes discutíamos sobre consumo, e eu acabei comprando o Vida para o consumo, do Bauman.

As reflexões trazidas pela leitura do livro me fizeram decidir pela experiência e tem tornado tudo bem mais fácil. Não comprar tem sido uma opção como qualquer outra e não um enorme sacrifício.

Em NY eu relaxei e comprei. Meu dinheiro foi embora praticamente sem controle e quando eu vi já tinha acabado. Mas já estavam na minha consciência atitudes em relação às compras que talvez eu não tomasse caso não tivesse o plano de um ano sem compras na cabeça: eu praticamente só comprei peças de roupa básicas, maquiagem de base, objetos que vou usar (um aparador de livros, uma lancheira térmica, um telefone e um tablet), pouca coisa de lembrança (uns imãs, uma caneca e um chaveiro) e larguei para lá milhares de coisas.

A regra das roupas era: se não ficar perfeito, não levo. E funcionou bem. Além disso, tiramos um único dia para fazermos compras num outlet e nos outros foram apenas passagens rápidas por algumas lojas. Era hora de relaxar e eu relaxei e curti muito.

E desde o primeiro momento eu percebi que NY é muito mais do que um simples destino de compras. É uma cidade inacreditável, lindíssima e cheia de descobertas. Os americanos de lá me surpreenderam por serem tão solícitos, embora às vezes eu me estressasse um pouco com seu comportamento tão eficiente em tudo, que não te dá tempo nem de pensar. Mas em nenhum momento padecemos por não ter ninguém para nos ajudar ou nos dar uma informação.



Nova York ainda está nos meus planos de viagens. Com certeza ainda volto lá um dia. E se você não tem grana para voltar com duas malas de 32k para o Brasil (coisa da qual vi vários brasileiros se gabando) mas tem o suficiente para passear, vá. Não perca tempo e vá. Traga uma caneca estampada com I ♥ NY só para não passar em branco e volte com a alegria que um lugar tão legal vai deixar dentro de você.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Regras sobre extras

Extra 1 - Viagens.

Posso viajar. Pro exterior, inclusive. Viajar é uma mistura de planejamento com oportunidade e se houver oportunidade com dinheiro na conta, pé na estrada!

- Em viagens para o exterior eu posso comprar o que eu quiser, dentro de uma cota de 700 dólares (EUA e América do Sul/Central) ou 800 euros (Europa), mas maquiagem e afins estão proibidos, perfume fica restrito a um, por causa do preço e livros, dois. É uma cota pra lá de folgada considerando a minha absoluta certeza de que já tenho tudo que eu preciso.

- Em viagens pelo Brasil, eu posso trazer UMA lembrança de viagem do local onde eu fui. Não vale comprar uma camiseta na C&A de Brasília ou um livro na livraria Cultura em São Paulo. É souvenir mesmo!


Extra 2 - Presentes

Posso receber presentes que estejam ou não na lista dos proibidões, afinal, não se recusa presente! E se eu ganhar algo da lista das exceções, a sapatilha preta, por exemplo, não posso usar mais a exceção.

Se eu ganhar $ de presente, o que quase não rola mais, posso comprar o que eu quiser.

Posso dar presentes. Mas apenas em ocasiões especiais. Datas comemorativas, aniversários, presentes de agradecimento, nascimento de bebês, casamentos etc.


Extra 3 - Reformas

Posso pintar e reformar o apartamento. Só que é uma decisão que deverá ser tomada com meus pais, que são os donos. E eu arcaria com parte delas. Quem sabe depois desse ano me sobre dinheiro economizado das compras para fazer essa reforma?

domingo, 18 de agosto de 2013

Regras da casa

Aqui, outra tortura.

Eu amo enfeitar, ajeitar, arrumar, decorar e caprichar na minha casinha para deixá-la linda e agradável. Mas isso terá que ser revisto porque os apelos do consumo gritam até naquela almofada fofa supernecessária na qual jamais você vai encostar a cabeça.

Percebi isso quando voltei de Fortaleza. Comprei um monte de coisa de renda e crochê, toalhinhas, caminhos de mesa, pano de bandeja, e está tudo no armário!

Então...

POSSO:
- Comprar tinta para pintar 2 mesinhas.
- Reformar o sofá.
- Consertar tudo o que quebrar ou já estiver quebrado.

NÃO POSSO COMPRAR:
- Eletrodomésticos e utensílios de cozinha.
- Toalhas de banho, de mesa, panos de prato, jogo americano, lençóis, cobertores, colchas, edredons e travesseiros.
- Qualquer objeto de decoração.
- Eletrônicos. Mesmo celular. Se, Deus me livre disso, eu perder os aparelhos que tenho, ou for roubada, terei que me virar com os velhinhos que sempre sobram pelos armários e só posso comprar outro em 27 de julho de 2014.

sábado, 17 de agosto de 2013

Regras da cultura e compras afins

Show pode, cinema pode, sair pode, restaurante pode, museu pode, LIVRO NÃO PODE.

E é aí que o bicho pega feio.

Eu amo livros. Amo. AMO.

E pior, amo mais tê-los do que lê-los. É vergonhoso admitir isso.

E sim, será um ano sem comprar livros. A sorte é que tenho todos estes aqui para ler ou terminar de ler ó:



E mais, eu não estou proibida de ganhar presentes, muito menos livros. Um beijo para o Tito, que sempre me manda presentes, e para os meus pais, que compram muitos e não me deixarão privada de novidades!

Posso comprar: livros didáticos, caneta esferográfica azul, preta e vermelha (sou professora) e cartucho de impressora.

Exceções delícia:
- 1 filme por mês. Na minha casa em Petrópolis a gente não aluga filme, compra. E a família inteira vê depois. 1 por mês e de 14,90, no máximo.
- Livros de filosofia sobre o consumo. Um contra senso, já que não é livro didático. Mas foram eles que me trouxeram a esta experiência! Talvez eu compre mais um ou dois quando eu terminar os dois que já tenho. E se eu tiver tempo, claro.
- Palavras cruzadas.


Não posso comprar: livros de literatura e arte, físicos ou digitais. Revistas. CDs (velha) e DVDs de música. Coisas fofas, lindas e úteis (?) de papelaria. Cadernos, blocos. Caixas organizadoras e tudo mais que eu como boa virginiana gosto de comprar.

UM AVISO: vou à Bienal do Livro.




sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Regras da beleza!

Ô maravilha, um ano sem comprar maquiagem! Isso mesmo, você resistiria? Difícil, né? Vamos ver o que pode e o que não pode.

Pode:
- Tudo que for necessário para me limpar e um leave in (meu cabelo é ruim, não posso abrir mão).
- Cera de depilação.
- Tinta de cabelo. É, não tem jeito.
- Filtro solar.
- Creme anti-idade e ácidos. Também não tem jeito.
- UMA base compacta com filtro solar. A minha está quase no final e não tem como ficar sem.
- Lip balm, o que tenho está acabando e não uso batom.
- Gel para evitar bolhas nos pés.
- Pinça de sobrancelha (vivo perdendo), piranhinhas e elásticos de cabelo (arrebentam, quebram, somem).

OBS: TODOS estes itens só podem ser comprados quando o que eu estiver usando acabar.

Pode também:
- 2 cortes de cabelo.
- 4 limpezas de pele com profissional.
- 2 progressivas ou similar para apaziguar a juba (Duvido que faça. Só entrou aqui porque ando em crise com o cabelo. Mas passa.)

As minhas unhas sou sempre eu que faço, por isso não coloquei ressalva.

Não pode DE JEITO NENHUM:
- Hidratantes.Tenho estoque.
- Maquiagem. Todas. Qualquer tipo.
- Esmaltes.
- Perfumes.
- Escovas de cabelo, pentes, necessaires, pincéis de maquiagem., alicate de cutícula, tesourinha.
- Mudanças radicais no cabelo que demandem gastos no salão.




quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Regras de vestuário

Talvez não seja impossível ficar sem comprar absolutamente nada no período de um ano. Mas como a minha experiência tem mais a ver com o que eu estou chamando de cultura da substituição (que uma hora eu vou explicar para vocês melhor do que se trata) do que com uma necessidade de recuperar conta bancária ou hábitos de consumo, algumas coisas vão ficar de fora da proibição.

"Nossa, mas aí não vale!"

Para o meu propósito, vou dizer que vale sim. O que eu coloco na exceção, na lista do que pode ser comprado, se enquadra mais na necessidade do que no ímpeto. E as primeiras regras, é claro, são as de vestuário.

NÃO PODEREI COMPRAR
- qualquer peça de roupa, seja de sair, de dormir, de malhar ou de ir à praia.
- qualquer sapato, tênis ou chinelo.
- qualquer bijuteria, relógio, jóia, óculos (mesmo de grau) e acessórios como cintos, lenços e bolsas.
- tecidos. 

PODEREI COMPRAR
- 6 calcinhas novas. Porque calcinha estraga, né? A ponto de ir pro lixo. 6 acho que tá bom. E 6 porque onde compro são vendidas de 3 em 3!
- 1 sutiã. Porque também estraga. Talvez os que tenho aguentem bem a jornada, então só vou comprar se realmente houver necessidade.
- 1 sapatilha preta. É quase que o item básico da pessoa que tem que trabalhar arrumada e anda a pé. Muito. Anda muito. E a minha já tem 2 anos ou mais e está com a sola descolando, já era pra ter sido substituída!
- Meia calça. Só as finas, que estragam. Decoradas, xadrezes, essas não posso. Mas também é uma coisa que só vou comprar se houver necessidade mesmo porque não curto muito meia calça.
- Qualquer coisa em caráter emergencial se eu estiver viajando. Sim, porque já precisei correr para comprar roupa de frio num verão em Curitiba.

"Nossa, aí parece fácil!"

Não, não é fácil. Não poderei comprar um biquini novo no verão, por exemplo. E eu já estou rezando para que pelo menos um ainda esteja inteiro para eu ir à praia.

E nesse item das roupas tem um outro ponto também, que faz parte da empreitada! Esse item sim irá apaziguar um pouco os meus ímpetos de consumo!

Talvez você não saiba, mas eu sei costurar. Fiz aula de corte e costura um ano e meio, mais ou menos. E durante este tempo eu adquiri muitos cortes de tecido que não viraram roupas porque eu não tenho tempo pra costurar. E é muita coisa, que está guardada há uns 2 anos num baú. Então nesse um ano que vou ficar sem comprar eu vou me comprometer a levar TODOS os tecidos para uma costureira fazer as minhas roupas, já que não tenho tempo. Aí eu vou mostrando aqui o que for sendo feito!

É, acho que a parte da roupa agora sim ficou fácil. Mas só de pensar em resistir a sapatos, brincos, pulseiras, lenços... acho que o pior é isso!

Fora as regras de permissão e proibição, eu devo usar tudo o que tenho no armário. O que eu não usar, tem que ser doado. 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

é pra menos

O "é pra menos" é um blog para relatar uma experiência que resolvi ter. Não é para ser lido e acompanhado nem para fazer sucesso e, muito menos, para catequizar alguém. É coisa minha.

A experiência é ficar um ano sem comprar. A ideia surgiu há uns dois ou três meses atrás, não sei bem ao certo, quando, com passagem comprada para NY, decidi que iria segurar meus impulsos de consumo para poder economizar e gastar na big apple. E foi menos difícil do que eu imaginava, apesar de ter comprado uma ou outra coisa neste período.

A coisa não vai ser tão rigorosa porque não sou das maiores consumidoras e fui criada na base do valor e não do preço. Tenho meus momentos de desperdício mas geralmente eu penso bem antes de comprar uma coisa para ver se ela realmente encaixa com o meu estilo, a minha necessidade e o meu desejo. E ultimamente eu tenho desejado usar muito tudo o que eu tenho.

Além do não gastar eu ainda terei alguns propósitos, que explico nos próximos posts, e que de certa forma apaziguarão um pouco o impulso por adquirir coisas novas.

No dia 27 de julho de 2013 eu desembarquei no Rio de Janeiro e ali comprei um perfume e duas caixas de chá. Do que eu tinha no bolso, sobrou UM DÓLAR e algumas moedas. Foi a última compra. No dia 27 de julho de 2014 termina a experiência. E duvido que eu irei comemorar comprando.