terça-feira, 17 de setembro de 2013

O corpo que somos

Outro dia eu contava do blog pra uma amiga. No meio da conversa, eu dizendo que ia sofrer por não comprar um biquini novo no próximo verão, ela me disse que não ligava para biquinis. E que, ultimamente, ligava menos ainda, por não conseguir se olhar no espelho com um biquini.

Eu fiquei absurdamente espantada. Ela tem 40 anos e é mãe de dois filhos pequenos, o mais novo tem uns 2 anos. Eu nunca a vi sem roupa mas, com roupa, ela tem um corpo lindo. É magra, tem as pernas lindas e silicone. Não consigo entender o que pode haver de errado por baixo das roupas. Disse isso a ela. E ela me confessou que tinha levado os filhos à praia e que não conseguiu tirar a roupa. E que precisa urgentemente de algum tratamento estético para ver se fica mais confortável com a própria aparência.

PAUSA: eu sou absolutamente favorável a qualquer intervenção cirúrgica ou estética (das que dão resultado) se a pessoa for se sentir melhor com isso. São técnicas que a medicina desenvolveu e que trazem satisfação e conforto às pessoas.

Voltando, a questão é que ela não consegue ser feliz em razão de prováveis marcas (ainda que, pelo que imagino, irrisórias) causadas pela idade e pela gravidez. Quando falo de ser feliz quero dizer colocar um biquini e entrar no mar com os filhos. E essa confissão dela me tem tomado muitas horas de reflexão.

A busca por uma estética perfeita chega aos meus olhos como uma conquista a ser feita pela pessoa para que ela tenha o direito de exibir seu corpo. Em que momento a cobrança sobre o corpo deixa de ser apenas um "seja mais belo" para se tornar um "tenha o direito de se exibir"? É como se a praia não pudesse pertencer às dobrinhas, gordurinhas, estrias e pelancas.

Isso me assusta. Muito. Não quero que meu corpo vire produto, que só pode ir pra prateleira se cumprir requisitos do inmetro. É muita infelicidade você não poder usufruir do mundo porque não tem o corpo nos padrões exigidos para a exibição na praia. E o tanto de gente que caminha para esse abismo impressiona.

A seguir, dois tumblrs que me parecem bater de frente com essa ideia do corpo como produto: o Apartamento 302, com fotos do Jorge Bispo é mais light, até por ser um trabalho específico de um fotógrafo. O Batalha dos Corpos - o que não tem censura nem nunca terá, pega bem mais pesado e vale ler cada depoimento.


domingo, 15 de setembro de 2013

Shopping

Ontem foi a primeira vez no shopping depois do início do projeto.

Não tinha muito tempo pois era só para comprar um presente para uma amiga e a festa já havia começado. Queria um lenço, procurei em todas as lojas grandes e pequenas e não achei nada que me agradasse.

Foi meio perturbador passar pela Renner pois a coleção deles está com estampas florais bem bonitas, que eu pararia para dar mais 2 minutos de atenção mas passei batida pelas araras. Uma bolsa azul Klein deixou uma lágrima no canto do olho (eu já tive uma bolsa azul Klein que foi minha paixão enquanto usei - até a bolsa acabar).

Fui a Le Lis Blanc, e fiquei sabendo que eles não vendem mais a linha de presentes, o que me deixou de coração partido, mesmo eu estando no projeto sem compras (não sei dizer se era só naquela loja ou em todas).

Outras lágrimas derramadas foram pela coleção da Arezzo, num festival de preto, branco e caramelo que me deixaram maluca. A ponto de sempre que vejo uma loja, virar o rosto para nem olhar.

Comprei o presente, paguei o estacionamento e fui embora. Nem doeu tanto. Acho que estou começando a diferenciar o que eu compro por impulso do que compro por gosto (ou necessidade). Mas isso é assunto para daqui mais um tempo.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Saldo do mês - agosto

O tempo passou e nem escrevi sobre como foi esse primeiro mês sem compras. Já passa um pouquinho, mas vale fazer um balanço.

Não sei se foi pelo excesso de trabalho (então comprar é menos uma coisa a se fazer!), se foi pelos presentes de aniversário ou se já está ficando fácil, mas o primeiro mês foi bem tranquilo.

Acabei não indo à Bienal e assim não passei vontade! Não foi pelo blog, claro, que deixei de ir, mas porque estava esgotada mesmo e passei o fim de semana recolhida.

Minha hermana perguntou o que eu queria de aniversário, pois ela não sabia o que iria me dar, já que a gente voltou de NY com todos os desejos realizados! Escolhi então a tal sapatilha preta que está lá na lista das exceções.

Também comprei uma meia calça, cor da pele, horrenda, pois fui a uma formatura com um vestido e estava frio na hora em que saí de manhã, mas acabou que de tarde o tempo melhorou, fez calor e eu nem precisava ter comprado. Foi bem inútil mesmo. Mas de qualquer jeito estava na lista de exceções. Outra exceção foi uma calcinha, porque era básica e de cor boa.

Os únicos pecados cometidos foram:

1) Um caderno. Comecei a fazer um curso, os cadernos que tenho aqui são todos pequenos, tipo molesquine, não ia dar certo pois anoto coisas com chaves, diagramas, etc, o que não rola fazer em caderno pequeno.
2) Uma garrafa térmica. Gosto de café sem açúcar. Passo duas tardes por semana na faculdade e conseguir uma segunda garrafa pro meu café sem açúcar é sempre uma novela. 16 pratas e resolvi o problema. E que aquela garrafa rosa nunca saia da minha sala!

E acho que só.

A única tentação mesmo, até comentei isso com minha ~chefa~, que aliás, pediu o endereço do blog (beijo, chefa!) foram e sempre serão os esmaltes. Não sei, é pequeno, é baratinho, parece tão inofensivo... mas o que eu tenho aqui dá para uma profissional trabalhar uns 3 meses, hehehe. Não posso de jeito nenhum!

Volto na outra semana com algo mais interessante. Essa tá meio fraquinha porque eu estou com uns prazos (e a cabeça) estourando.