quinta-feira, 28 de maio de 2015

Desapego: 7, 8, 9

#7 Arrume e separe por categoria

Comece por sapatos e bolsas. Geralmente existem em número menor do que as roupas e ocupam muito espaço. Depois passe para o armário.

Tirar tudo de dentro do armário é uma opção perigosa. Sempre que eu faço isso me dá uma preguiça infinita de terminar. Então eu abro o armário, observo as divisões e as coisas que pertencem, ou deveriam pertencer, a um mesmo grupo nestas divisões.

Começo pelas roupas penduradas em cabides. Deixando cabides livres, você poderá pendurar neles coisas que antes estavam em gavetas. Passo para as prateleiras onde estão as roupas, dobrando as peças do mesmo tamanho. Então passo para as gavetas e arrumo de modo a visualizar o máximo possível de peças guardadas nela.

Deixo os acessórios por último. Às vezes você tem um colar que só combinava com uma blusa que foi para o descarte, aí vê que ele pode ser descartado também.

Para cada setor, siga essa ordem: tire tudo do local e ponha sobre a cama, ou uma mesa, limpe o local, separe o que será descartado, retorne as peças mantidas para o armário, arrumando-as. E mais: geralmente eu arrumo cada parte do armário num dia. Mas pra fazer limpeza, é melhor arrumar tudo num dia só. 


#8 Doe também roupas de cama, mesa e banho, cobertores e edredons. Ganhou um conjunto de toalhas novas? Doe o que estiver mais velho. Essas coisas ocupam espaço. Ter três toalhas e três jogos lençóis para cada habitante da casa e mais duas toalhas extras e um jogo de lençol, para visitas ou imprevistos, é o suficiente.


#9 Moda existe sim


Tem coisas na moda, coisas fora de moda e coisas atemporais. E tem o estilo próprio de cada um. Meu namorado não usa camisa pólo, eu não gosto de trabalhar de calça jeans. O estilo é você. A moda é o mercado. Usar uma roupa fora de moda, ou seja, muito diferente do que o mercado anda colocando à disposição para a compra, pode ser divertidíssimo se você é uma pessoa irreverente e não depende da imagem pessoal para sobreviver. Mas, se você depende, e que é o caso de quase todo mundo, o melhor é pegar da moda aquilo que casa com seu estilo pessoal e ser feliz. Portanto, se você tem uma peça dentro do armário que você considera estar fora de moda e se sente desconfortável porque não combina com você, tchau peça!

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Desapego: 4, 5, 6

#4 Sobre vender peças

Eu confesso que morro de preguiça de vender coisas das quais estou me desfazendo. A venda em sites parece estar na moda, mas só de pensar que eu terei que fazer o contato, postar, conferir o pagamento, etc... 

E outra coisa: como eu disse antes, o pior problema é a peça não ser vendida e perder o timing da doação, voltando para o armário. Esse é o perigo da venda em sites. Então, acho que a venda em sites funciona mais para o que tem valor de venda: geralmente coisas caras e de grife, como bolsas, óculos e casacos, ou seja, que faça valer a pena o processo todo. A não ser que a pessoa já tenha intimidade ou disposição para esse tipo de negócio.

Outra opção é vender em bazar, principalmente porque a peça sairá de dentro da sua casa. Bazares são boas opções para vender ternos, vestidos de festa, coisas boas que não tenham grife e roupas infantis.Tenho uma prima que tem um filhinho e ela vende quase tudo que ele não usa mais num bazar infantil.


#5 Sobre roupas de andar em casa

A maioria das pessoas só fica em casa nos finais de semana. E ninguém precisa, nem merece, guardar um monte de roupa velha para essas ocasiões. 

A dica é substituir a noção de roupa de andar em casa por roupa de fim de semana: algo mais confortável, mas que você possa usar tanto para dar um passeio como passar a tarde estudando para a prova ou dormir.

Se você trabalha em casa, as roupas não precisam ser novíssimas, mas devem ser confortáveis e diferentes de pijamas. 

Se você trabalha em casa, ou não, com coisas que sujam, como artesão, pintor, artista plástico, mecânico, jardineiro, pedreiro, aí você pode até aceitar roupas doadas por amigos, pois as suas são altamente descartáveis. Mas para quem tem um hobby que suja a roupa, ou apenas faz a faxina ou dá banho no cachorro no fim de semana, ter uma ou duas mudas de roupas mais velhas para essas ocasiões já está bom, né?


#6 Peças de valor sentimental

Entram aqui: peças de família, tricô que a avó fez, camiseta que o filho pintou no maternal, camiseta de festival de rock de 20 anos atrás. É difícil se desfazer, mas a gente tem que tentar. Pensar se vale a pena manter, se precisa daquilo para guardar a lembrança. Dissociar a memória do material, sabe?

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Desapego: 1, 2, 3


 #1 Aceite a sua mudança  
Aceite que seu corpo mudou, que a roupa ficou pequena, que você só usa tênis para malhar e não para sair, que você envelheceu e que não se sente mais tão confortável vestindo aquela roupa incrível de 10 anos atrás, que a roupa está fora de moda. Aceite que agora você é um profissional e não mais um estudante. Aceite que aquela sua coleção de sapatos altos não será tão necessária até você poder parar de correr atrás do seu filho pequeno.


Manter as coisas pela memória que elas carregam não é necessário. Se o que você estava vestindo num determinado dia ou momento da vida tem importância, você vai lembrar, não precisa guardar no armário. E mais importante: priorize os espaços para guardar as coisas que te representam no momento atual da vida, que colaboram para passar a imagem que você quer passar para o mundo e que, ao mesmo tempo, te deixam feliz.

#2 Considere a doação

Sim, em primeiro lugar, considere a doação das peças, pois a verdade é que sempre tem alguém precisando muito daquilo que você não precisa mais. Não será muito esforço encontrar alguma igreja, centro espírita, ONG ou bazar de caridade que recebe e repassa peças doadas a quem tem necessidade. Ou pessoas que trabalham com você que conheçam pessoas que precisam. Sempre tem alguém querendo e precisando. Além de se desfazer da peça você terá o vazio do desapego preenchido por aquela sensação boa de estar ajudando alguém.


#3 Roupas, sapatos, bolsas e acessórios não precisam estar velhos para você doar.

Basta a peça não estar mais de acordo com o seu momento atual de vida que estará apta a ser descartada. Vender é uma opção, mas pode te dar trabalho e pior, pode manter a peça por mais tempo com você e ela acabar voltando para o armário. Por isso, doe, ainda que esteja novo. Pergunte aos amigos ou às pessoas da família se alguém quer. Se ninguém quiser, doe para desconhecidos mesmo.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

O desapego: dor ou alívio?



Esses dias, uma amiga que estava de mudança para outra cidade lamentou comigo a dificuldade que teria em selecionar suas coisas, roupas, bolsas, sapatos e acessórios, para levar para a casa nova. Antes trabalhava em casa, numa cidade fria. Agora trabalha na rua, numa cidade quente. Ofereci minha ajuda para a empreitada e em algumas horas resolvemos muitos problemas, que resultaram em 5 sacos de 100l para doação.

Querendo ou não, roupas nos transportam a sentimentos e memórias: um casaco que você comprou numa viagem, a camiseta que seu filho pintou no colégio no dia das mães, aquela calça jeans maneiríssima – mas que mede 2 números a menos do que você veste hoje. Não é fácil abrir mão dessas coisas. Mas conviver com muitas delas ocupando espaço é menos fácil ainda!

E mais, para algumas pessoas, abrir mão de peças de vestuário é abrir mão de patrimônio. Todo mundo tem no armário uma peça de roupa guardada só porque “é coisa muito boa”. Você não veste mais, já está fora de moda, você até já enjoou da peça. Mas e se você a descarta e nunca mais consegue comprar uma da mesma qualidade? Se desfazer ou não dela é uma dúvida cruel que assombra qualquer um que ainda tenha uma peça deste tipo no armário.


A partir de hoje eu vou postar uma série de observações sobre o descarte de peças de vestuário. Coisas sobre as quais eu e minha amiga conversamos enquanto fazíamos a arrumação, coisas que minha mãe me ensinou a vida inteira, coisas que eu aprendi sozinha. Não sei quantas serão, pois ainda não as escrevi todas. Coisas que talvez possa te ajudar, ou te incentivar, a ter um acervo mais simples, pois quanto menos coisas tiver dentro do armário, mais fácil é mantê-lo arrumado.

sexta-feira, 27 de março de 2015

Arrumação para bagunceiros

Dia destes a Danieli (@choracuica) reclamou que sentia falta de dicas de organização para pessoas bagunceiras e não para pessoas organizadas. Achei graça, ela tem razão! Todas as dicas realmente boas de organização só funcionam para quem é organizado. Bagunceiros não conseguem cumpri-las! Daí fiquei pensando cá com as minhas bagunças e manias se eu não teria alguma coisa de útil para dizer aos desorganizados. Vou tentar.

1) Livre-se de coisas. Que não usa, que não vai usar. Doe aquele shampoo que não gostou, aquela base que ficou escura, aquele sapato que aperta, capinha de celular que já substituiu, marcadores de livros. Aquela caixa de bijuteria cafona que sua vizinha te deu, aquela bolsa que você enjoou e não aguenta mais usar. Doe bichinhos de pelúcia. Você não precisa de mais de 2 chinelos. Jogue fora canetas que emperram ao escrever, cartões de pessoas para quem você nunca vai ligar, carregadores de celulares, fios e cabos obsoletos. Se livre, ou nem traga para casa, as lembranças de festas, guardanapos e brindes inúteis.

2) Separe os casacos das outras roupas dentro do armário. Não volte roupa usada para dentro do armário, exceto os casacos pesados. Separe um lugar fora do armário para coisas que podem ser usadas mais uma vez. De preferência um cabide. Nunca a cadeira que você deveria utilizar para trabalhar ou estudar. Elas deverão ser repetidas em no máximo 15 dias. Depois desse prazo, devem ser lavadas e voltar para o armário.

3) Não durma com roupas em cima da cama. Limpas, volte para o armário. Sujas, ponha para lavar.

4) Separe um canto para os sapatos e sempre volte-os para este canto. Nada de tênis na sala se o lugar dele é na área de serviço ou no quarto. Uma vez por semana arrume os que estiverem fora em seu devido lugar.

5) Evite guardar coisas debaixo da cama.

6) Tenha ao lado da cama  uma caixinha  para por o brinco que esqueceu de tirar antes de deitar e uma cestinha com os produtos que usa - creme de mãos, hidratante, lip balm - e não os tire dali.

7) Concentre a bagunça do trabalho num só lugar. Se alguma coisa for perdida, você não ficará tão perdido procurando. Jogue fora imediatamente todo papel que não serve mais.

8) Separe uma pasta para contas e uma para documentos (contracheques, passaporte, certidões). Só se preocupe em enfiar o papel na pasta. Aí arrume-as uma vez por ano.

9) Uma vez por semana, recolha os livros que você não está lendo e volte-os para a estante.

10) Não queira arrumar a bagunça toda de uma vez, muito menos no final do ano, na véspera do Natal. A chance de você desanimar e largar para lá é enorme. Faça isso nas férias, depois de viajar e ver que você sobreviveu só com as roupas da mala. Mas nunca abra mão de manter todos os espaços bagunçados limpos.

11) Se você tiver carro, não faça dele seu armário, estante ou lixeira. Recolha os papéis e garrafas de plástico pelo menos uma vez por semana.



segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Mala de neve

Pela primeira vez viajamos para um inverno de verdade. Eu realmente estava muito receosa com o frio, mas no final acho que me saí bem. Mas quem viaja para encarar temperaturas negativas pela primeira vez sempre fica cheio de dúvidas na cabeça. E pesquisando em blogs, a principal dica era: compre roupas no destino.

Olha, eu não fiz isso, exceto pelo calçado, mas se você já tem as manhas de comprar no exterior, ou vai encontrar com algum amigo no seu local de viagem, é uma opção. Nos EUA deve ser vantajoso, na Europa, não vi muita vantagem em termos de preço não. Como eu não queria perder tempo procurando roupa em vez de ir passear, preferi comprar aqui. Então deixo dicas para quem estiver interessado:

1) Comprei roupas numa loja de esportes. Gastei cerca de 600 reais, mas já tinha um casaco impermeável e bem quente, comprado no Paraguai (!) e que cumpriu sua função brilhantemente!

2) Levei coisa demais. Os agasalhos em fleece, aquele tecido esponjinha de roupas de bebê, são super quentinhos mas ocupam muito espaço na mala. Levei 3, 1 já estava bom.

Acho que para 15 dias, a seguinte lista está de bom tamanho:

- 1 fleece.
- 4 blusas térmicas finas
- 3 meias calças grossas aflaneladas ou calças térmicas.
- 5 blusas tipo segunda pele (não levei, mas usei uma da minha irmã. Protege de suor a roupa que estiver por cima. E, acredite, vc quase não sua).
- calcinhas e meias para todos os dias, para não ter preocupação em lavar. Meias de algodão finas são melhores. Meias de lã, opte por finas também.
- um casaco impermeável e quente, que vá até o meio da coxa.
- duas calças de cintura alta.
- um cachecol bem grande e que dê várias voltas, como se fosse um pneu em volta do pescoço. Protege o rosto do vento frio.
- um gorro ou boina de lã de trama bem fechada.
- um tênis com pouca respiração e sola totalmente fechada. Botas de caminhada são boa opção, porém pesam.
- um par de luvas grossas.

3) na lista acima tem o básico. Levei mais coisa que até usei, mas 100% dispensáveis. Uma coisa que levei e curti foi uma saia. Tem dia que a calça cansa. Usei a saia 3 vezes, com 2 meias grossas. Depois comprei um vestido de lã, que também usei 2 vezes. Uma blusa de lã legal, para sair, também é uma boa.

4) como fomos para casa de amigos na primeira parada, tive alguém para me levar para uma sapataria boa e comprei uma bota de cano baixo e forrada de lã, que custou 50 euros. Botas de sola fina do Brasil não dão conta do frio, deixe-as em casa. Se no seu destino procurar uma sapataria for um estorvo, compre uma bota numa loja de esportes que seja resistente à neve.

5) fleece não funciona com casaco forrado de pelo. Comprei mais um casaco na viagem (pois moro em lugar frio e uso mesmo), forrado de pelinhos, e o fleece agarra no forro, deixando o corpo meio preso.

E acredite, o que eu listei aí, dá conta de uma sensação térmica de até -5º e neve.

Com essa lista vai sobrar espaço na mala para você trazer lembranças da viagem sem pagar sobrepeso.

PS: a não ser que você seja mochileiro, evite a Easyjet. Eu acho que é a companhia mais barata da Europa, mas a restrição de bagagem deles é absurda. 20kg pra mala e uma mala de mão. UMA. Isso não inclui uma malinha e uma mochila, por exemplo. No máximo uma bolsinha tiracolo dessas que cabem dentro do casaco. São chatíssimos e tratam muito mal os clientes. Embarquei com eles em Berlim e nem parecia que eu estava na gentil Alemanha.



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Quase 7 meses

Acabei de estender a roupa lavada. As minhas calcinhas estão num estado quase crítico...

Dia 27 de fevereiro eu completo 7 meses sem comprar (quase) nada. Nesse período, eu poderia, e ainda posso, comprar 6 calcinhas e comprei uma só. Mais dois esmaltes, um travesseirão e um quadro - uma vergonha. E comprei mais presentes pro namorado do que eu deveria.

Superei os dias de calor pedindo um ventilador emprestado pra minha mãe e estou teclando de um notebook antigo do meu pai, porque o meu tá no estaleiro pra ver se ainda tem conserto. O abajur que estou usando no quarto é o da sala porque estou resistindo a comprar um novo.

Vou dizer pra vocês, tem horas que não é fácil. Se eu não estivesse no projeto, eu já teria encomendado um computador novo, pois é quase impossível para uma advogada e professora viver sem um em casa. E talvez eu ainda precise fazê-lo antes de completar o projeto. E eu fico pensando se em termos econômicos essa empreitada vai valer a pena.

Como eu deixei bem claro no início, não foi por motivos de economia que eu me propus a ficar um ano sem comprar. Foi para experimentar a resistência aos apelos de consumo. Mas ao final serão tantas as coisas que eu precisarei comprar que não gosto nem de pensar.

Já tem 14 dias que reclamei que minhas roupas da academia estão clamando por aposentadoria. Minhas roupas de verão começam a ficar surradas. Para o próximo verão eu terei que renovar todo o guarda roupa, e ainda bem que o projeto termina no inverno! E, além disso, já decidi que me darei de presente de aniversário novos óculos de sol com lentes de grau, provavelmente um ray ban, o que ainda estiver na moda.

De qualquer maneira, eu acho que está valendo a pena. Eu espero que quando estiver liberada para comprar eu perca em definitivo a ansiedade de adquirir coisas por impulso ou por influência da moda.

Esses dias eu terminei um trabalho difícil e bateu uma vontade de ir ao shopping comprar algo para comemorar. Tem gente que comemora tomando umas. Como eu não podia comprar roupas, tomei uma cerveja besta.

A publicação de hoje é meio chorosa. Estou com saudades de me presentear.